top of page
ods 8.jpg

ODS 8

Aliar a qualidade do trabalho ao desenvolvimento de software é o que objetivamos ao estudar o ODS junto ao processo de desenvolvimento.

ODS 8 e metas em destaque:

ODS 8: "Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos" (ONU, s.d) 

​

8.2 "Atingir níveis mais elevados de produtividade das economias por meio da diversificação, modernização tecnológica e inovação, inclusive por meio de um foco em setores de alto valor agregado e dos setores intensivos em mão de obra" (ONU, s.d)

 

8.4 "Melhorar progressivamente, até 2030, a eficiência dos recursos globais no consumo e na produção, e empenhar-se para dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental, de acordo com o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com os países desenvolvidos assumindo a liderança" (ONU, s.d)

O ODS 8 aborda questões muito voltadas ao trabalho e existem estudos acerca deste ODS, na maioria voltados às questões de direitos trabalhistas e previdenciários, condições de trabalho e políticas públicas. Aqui, focaremos no cenário micro de desenvolvimento de software e como algumas medidas podem contribuir a este ODS e às Metas 8.2 e 8.4, respaldando a importância de pensarmos nesse nicho, citamos Khalique et al. (2021): “De todos os desenvolvimentos que impulsionam os negócios globais hoje, aquele que está transformando a gestão internacional mais do que qualquer outro é o rápido avanço no setor de TI/ITeS”, ainda Ufua et al. (2021) dizem que a transformação digital, do ponto de vista dos atores, “inclui liderança transformadora, capacidades gerenciais e organizacionais, cultura da empresa e ambiente e ambiente de trabalho.


Disseminação de conteúdos sobre sustentabilidade à equipe de desenvolvimento: A equipe de desenvolvimento, em qualquer nível de envolvimento com o projeto, independente das suas funções, deve ficar ciente da razão pelas quais as medidas estão sendo tomadas e como elas contribuem para a sustentabilidade, pois tendo os conhecimentos sobre sustentabilidade adquiridos através de seu trabalho, fará com que as pessoas da equipe tomem consciência da importância da incorporação dos fatores contribuintes ao alcance dos ODSs e que elas mesmas tenham iniciativa para propor diversificação, modernização e inovação culminando numa melhor produção e diminuição da degradação ambiental.


Definição da equipe de desenvolvimento: Uma equipe com papéis bem definidos clarifica as necessidades de conhecimento para que as as funções de cada um seja desempenhada satisfatoriamente, Nazir et al. (2020) afirmam que a o conhecimento específico é fundamental para processos de engenharia de software sustentável e, ainda, que a falta destes conhecimentos específicos pode ser um risco à sustentabilidade individual. A clara definição de papéis e tarefas também é importante para que uns não sejam sobrecarregados em detrimento de outros, afinal sobrecarregar uma pessoa ou forçar que ela desempenhe papéis numa equipe além de suas capacidades gera um impacto negativo na sua saúde mental, podendo resultar num trabalho adoecedor, pois “estados afetivos negativos entre os desenvolvedores de software podem potencialmente levar a experiências adversas, como baixa autoestima, altos níveis de estresse e ansiedade e burnout” (KURIAN et al., 2022 apud GRAZIOTIN et al., 2017)¹. Com os papéis bem definidos, também, pode-se focar nos ODSs que serão mais pertinentes a cada um, fazendo com que estas pessoas possam ter novas ideias de contribuições aos ODSs dentro daquele projeto. 


Funcionalidades e objetivos do projeto: os objetivos do projeto e as funcionalidades incluídas no escopo devem estar bem claras e descritas para que as funções dos membros da equipe sejam designadas assertivamente, ainda com a mesma motivação de conhecimentos específicos de Nazir et al. (2020), citada no item anterior,  pois a partir daí a equipe de desenvolvedores poderá se atentar a questões quanto a reutilização de código, uso de padrões de programação, automação de processos, dentre outros fatores, que contribuirão com os princípios de qualidade de software definidos pela ISO 25010:2011 e com a Meta 8.4.


Automação de processos, reuso de código e boas práticas de programação: a partir do momento em que os processos deixam de ser manuais e passam a ser automatizados as pessoas têm mais tempo para dedicar-se a outras atividades mais produtivas, inclusive podendo dedicar-se a estudar soluções para atingir a Meta 8.2, o reuso de código também tem o mesmo impacto. Nazir et al. (2020) citam a importância de educação e conhecimento e a sustentação de competências e habilidades que podem melhorar a produtividade de engenheiros de software. Logo, melhorar a produtividade para que os membros da equipe possam aproveitar melhor seu tempo para buscar conhecimentos, como descrito anteriormente, enquadra-se no conceito de sustentabilidade individual descrita por Nazir et al. (2020). Adotar boas práticas de programação visa o futuro do software, enquadrando-se no princípio de manutenibilidade num todo, especialmente nos critérios de reusabilidade e modificabilidade da ISO 25010:2011 e contribuindo a Meta 8.4.


Interoperabilidade do software: além do descrito sobre este fator na seção sobre o ODS 12, mesmo que não seja uma demanda imediata, deve estar previsto o caso de num futuro, o sistema precisar ser interoperável com outros, sem demandar grandes esforços de desenvolvimento, visando a Meta 8.2

Referências

¹Kurian, R. B., Thomas, S. Importance of positive emotions in software developers’ performance: a narrative review. Theoretical Issues in Ergonomics Science. 2022. DOI: 10.1080/1463922X.2022.2134483 apud Graziotin, D., X. Wang, and P. Abrahamsson. Happy Software Developers Solve Problems

Better: Psychological Measurements in Empirical Software Engineering. 2014. DOI:10.7717/

peerj.289.

​

ONU. “ODS 8 - Trabalho decente e crescimento econômico”. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/8>. Acesso em: 08 de mai. de 2023.

 

Khalique, F., Madan, P., Puri, G., Parimoo, D. Incorporating SDG 8 for Decent Work Practices: A study of MNC Subsidiaries in India. Australasian Accounting, Business and Finance Journal, v. 15(5). 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.14453/aabfj.v15i5.7

 

Aljarallah, S., Lock, R. Software sustainability from a user perspective a case study of a developing country (Kingdom of Saudi Arabia). 2018 International Conference on Computing, Electronics & Communications Engineering. IEEE, p. 1-6. 2018. DOI: 10.1109/iCCECOME.2018.8659275


Nazir, S., Fatima, S., Chuprat, N., Sarkan, H., Nilam, N. F., Sjarif, N. A. Sustainable Software Engineering: A Perspective of Individual Sustainability Challenges. In 11th Malaysian Software Engineering Conference, v. 10, p. 21. 2018.

bottom of page